terça-feira, 18 de outubro de 2016

CARTA DE FLORIANÓPOLIS

III ENCONTRO PIBID CIÊNCIAS SOCIAIS DA REGIÃO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
19 e 20 de novembro de 2015

Diante da crise econômica e da aplicação de políticas de austeridade no Brasil, a educação pública aparece como um dos setores mais afetados com os cortes no orçamento, colocando em risco a existência do próprio PIBID e demais projetos ligados a formação de professores e pesquisadores. Foi nessa conjuntura que ocorreu o III Encontro PIBID Ciências Sociais da Região Sul, nos dias 19 e 20 de novembro de 2015, nas dependências da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis.
Em sua terceira edição, o Encontro teve como finalidade a articulação regional do PIBID, área de Ciências Sociais/Sociologia, propiciando a troca de experiências e análises das atividades desenvolvidas nos diversos projetos e espaços educativos da região, envolvendo universidades e escolas. A reflexão coletiva em torno dessas experiências educativas, com a participação de estudantes das licenciaturas em Ciências Sociais ou Sociologia e de professores de universidades e escolas dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul reforçou os objetivos fundamentais do PIBID: promover a necessária aproximação entre as universidades e as redes públicas de ensino, valorizar a escola pública como espaço educativo e adensar a formação docente nas universidades.
Ao mesmo tempo, essa reflexão coletiva visou contribuir com os debates atuais no campo educacional, voltando-se principalmente para a discussão de três temáticas: o papel do PIBID na formação docente; a Sociologia na Base Nacional Comum Curricular; os movimentos em luta pela educação pública de qualidade. A partir dessas discussões, foram deliberadas diretrizes pelos participantes do Encontro, que visam fortalecer o PIBID como programa que cria mecanismos concretos de qualificação da educação pública.
Sobre o PIBID e a formação docente:
1.      Construir espaços de discussão coletiva sobre a escola e a formação docente necessárias para responder às exigências de uma educação de qualidade.
2.      Ampliar vagas do PIBID, de modo a que mais estudantes tenham oportunidade de integrar o programa durante o curso.
3.      Fortalecer o papel do PIBID enquanto agente articulador entre universidade e escola.
4.       Preparar os estudantes pibidianos para inserção no campo da educação e para o enfrentamento de problemas que podem aparecer no decorrer do processo didático pedagógico na escola.
5.       Levar para o estudante do ensino médio uma perspectiva crítica a partir do conhecimento da sua realidade, rompendo com o condicionamento de uma linguagem acadêmica comumente utilizada nas universidades.
6.       Apontou-se a ausência de pesquisas na universidade sobre o ensino de sociologia e o descaso para com a carreira docente.
Sobre a Sociologia na Base Nacional Comum Curricular (BNCC):
1.      A atual versão da Base Nacional Comum Curricular apresenta inconsistências teóricas e pedagógicas, o que nos leva a reivindicar junto ao MEC a ampliação do prazo de discussão do documento.
2.      Criar condições de rediscussão ampliada dos fundamentos do componente curricular de Sociologia, incorporando a experiência acumulada de docentes formadores nas universidades, de professores da disciplina nas escolas e de bolsistas dos projetos PIBID.
3.      A discussão ampliada sobre a Sociologia na BNCC deve se articular à luta pela ampliação da carga horária da disciplina, particularmente nos Estados em que ocupa apenas 1h/a semanal na organização curricular.
4.      É problemática a noção de cumulatividade dos conteúdos de ensino de Sociologia nos três anos de Ensino Médio, quando se pensa suas condições práticas. Há uma descontinuidade didática entre as propostas para o primeiro e segundo ano e uma sobrecarga de conteúdos para o terceiro ano.
5.      Indica-se a necessidade do estudo sobre as propostas da BNCC pelos projetos PIBIDs de Ciências Sociais/Sociologia, além de sua participação ativa na discussão coletiva das propostas.
Sobre os movimentos em luta pela educação pública de qualidade:
2015 foi um ano de intensa luta, em todo o território nacional, em defesa da educação pública. As greves de professores das escolas, o movimento grevista nas universidades envolvendo professores, técnicos administrativos e estudantes, a mobilização dos estudantes de São Paulo contra a tentativa de desmonte do sistema público de educação escolar, os protestos contra os cortes de verbas e bolsas do PIBID são exemplos claros dessa luta, à qual nos vinculamos os participantes do III Encontro PIBID Ciências Sociais da Região Sul. As discussões em torno desses movimentos resultaram nas seguintes propostas de ação coletiva:
1.      Organizar espaços de diálogo entre as várias categorias de trabalhadores da educação, mesmo fora dos períodos de greve, com apoio no trabalho de base dos sindicatos.
2.      Estimular a formação política nas escolas, dialogando com os grêmios estudantis e promovendo oficinas, aulas e outras atividades pedagógicas que respondam às necessidades postas pelos estudantes.
3.      Discutir a função social da academia objetivando alterar a estrutura acadêmica.
4.      Ministrar aulas públicas de Sociologia com o objetivo de contribuir para a consciência política nas comunidades distanciadas das universidades.
5.      Defender cotidianamente o ensino de Sociologia na Educação Básica, com base na Lei nº 11.684, de 2 de junho de 2008.
6.       Reforçar a luta em defesa do PIBID, enquanto programa que potencializa uma qualificação da educação pública, articulando estudantes e professores de todo o país, aproximando universidade e escola, enfrentando debilidades e lacunas da formação docente, desafiando as condições de precarização do trabalho pedagógico nas escolas.


Florianópolis, novembro de 2015.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

NOTA DE REPÚDIO

Excelentíssima Senhora Presidente da República,
Vimos manifestar com veemência o nosso repúdio à decisão do Presidente da CAPES, Dr. Carlos Nobre, de excluir mais de 45.000 bolsistas do PIBID.
Essa decisão foi divulgada por meio do Ofício Circular Nº 2/2016-CGV/DEB/CAPES de 18 de fevereiro de 2016, que informa o cancelamento dos bolsistas que completam 24 meses no Programa e a eliminação automática das cotas de bolsa aprovadas para as instituições. Isso significa que os bolsistas excluídos não serão substituídos e que os formadores do Programa serão dispensados. De imediato, em torno de 3.000 escolas públicas serão desligadas do Programa.
Esta medida desrespeita o compromisso de diálogo e transparência assumido em audiência pública na Câmara de Deputados e em documentos oficiais emitidos pela Diretora da Educação Básica. Mais que isso, coloca a CAPES, antes instituição de inabalável credibilidade, em posição de agente isolado e acima das leis, em que pese o seu compromisso de ampliar e incentivar o PIBID, de acordo com o estabelecido no Plano Nacional de Educação e na Política Nacional de Formação de Professores. O posicionamento unilateral revela autoritarismo e representa um flagrante retrocesso na vivência democrática em construção no país.
O anúncio da CAPES atinge aspectos fundamentais dispostos no regulamento do Programa. Em primeiro lugar, retira o incentivo à formação e provoca evasão dos estudantes dos cursos de licenciatura, sob o risco de fechamento desses cursos em instituições particulares e públicas de ensino superior. Depois, compromete a qualidade da formação quando desarticula a rede escola-universidade, interrompendo o modelo de formação comprometido com a superação dos problemas do ensino-aprendizagem. Por último, o modo como a CAPES realiza o cancelamento das bolsas caracteriza uma intervenção nos projetos institucionais aprovados para quatro anos, impedindo o desenvolvimento das ações, gerando impasses diante da institucionalização do Programa, ferindo a autonomia das IES.
Assim, a CAPES decreta o fim do PIBID.
Em nome do direito à educação para a democracia, solicitamos a revogação das determinações do referido Ofício e abertura imediata de diálogo com o FORPIBID.
FÓRUM NACIONAL DO PIBID

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Atração para a abertura do Encontro

No III Encontro PIBID Ciências Sociais região sul terá como atração na sua abertura a atividade cultural com a banda de choro Vai Como Der com Altamiro no clarinete, Nestor no cavaco, Kiki no pandeiro, Jason no violão. 

Esperamos por vocês!


Conferência "Movimentos em América Latina colectiva. Irrupciones en la hegemonia 2010-2015"

Para a nossa conferência "Movimentos em América Latina colectiva. Irrupciones en la hegemonia 2010-2015" com Alberto Leonardo Bialakowsky de Buenos Aires direto para o nosso III Encontro PIBID Ciências Sociais, conheça um pouco mais sobre o nosso conferencista!
ALBERTO LEONARDO BIALAKOWSKY. Profesor Titular de la Carrera de Sociología, Facultad de Ciencias Sociales (FCS), Universidad de Buenos Aires (UBA). Investigador principal de Proyecto(s) de Investigación UBACYT en el Instituto de Investigaciones Gino Germani (IIGG)- FCS-UBA. Doctor Honoris Causa Universidades de: Valparaíso, Chile; Huánuco, Perú; Nacional Mayor de San Marcos, Perú, Profesor Visitante Rhodes University, Grahamstown, Sudáfrica. Sociólogo Magister en Ciencias Sociales, FLACSO. Investigador-Coordinador de Seminario Permanente "Procesos Laborales e Intelecto Colectivo", IIGG-FCS-UBA. Ha sido subdirector de Maestría y Carrera de Especialización de Postgrado en el Centro de Estudios Avanzados UBA y actual Consejero Académico de Maestría FCS-UBA. Presidente de la Asociación Latinoamericana de Sociología (ALAS) (2009-2011) y Coordinador de Grupos de Trabajo en la Asociación Latinoamericana de Sociología. Presidente de Congreso Internacional de ALAS (2009) y Presidente del Comité Organizador Local del II Forum mundial de Sociología de la International Sociological Association (2012). Autor de numerosas publicaciones, estudios e investigaciones en ciencias sociales del trabajo y campos metodológicos colindantes. Entre sus publicaciones de autoría seleccionadas recientes, junto al equipo de investigación que dirige en la UBA se pueden citar: Libro: Coproducción e intelecto colectivo. Investigando para el cambio con la fábrica, el barrio y la universidad, Editorial Teseo (Buenos Aires, 2013-14). Artículos y capítulos: Intelecto social, la educación y las movilizaciones sociales, en Libro "Guía sobre post-desarrollo y nuevos horizontes utópicos", Universidad Federal de Pernambuco (Recife, 2014). Movilizaciones latinoamericanas al intelecto social: Acerca de la Teoría y la Praxis colectiva, en Conjeturas Sociológicas, Universidad de El Salvador (El Salvador, 2014). Más allá del neoliberalismo. Pensamiento crítico latinoamericano y movimientos al intelecto colectivo, en Revista Horizontes Sociológicos (Buenos Aires, 2014). Capitalismos centrales ¿progresión o regresión social? Análisis y claves desde el pensamiento crítico latinoamericano, en Revistas Controversias y Concurrencias ALAS – Horizontes Sociológicos AAS, (Toluca-Buenos Aires, 2013). Compilación: Latin American Critical Thought. Theory and Practice, CLACSO (Buenos Aires, 2012). Prólogo: La obra, las palabras y los sujetos colectivos, en Fronteiras abertas da América Latina. Diálogos na ALAS, Editora Universitaria UFPE (Recife, 2012).